A VIBRANT receberá até o dia 31 de julho de 2014 contribuições na forma de artigos, resenhas ou trabalhos audiovisuais para o dossiê “SAÚDE/DOENÇA, BIOSOCIALIDADES E CULTURA”, a ser publicado na edição 12(1).
O dossiê tem como objetivo central divulgar os trabalhos e pesquisas realizadas por antropólogos atuantes em instituições brasileiras ou em parceria com antropólogos de instituições estrangeiras, sobre os seguintes eixos centrais de teorização e pesquisa etnográfica: “saúde/doença, biosocialidades e cultura”. Desse modo, pretende-se abordar contextos e situações específicas que lhes tenham permitido discutir teoricamente a formação de novos sujeitos sociais a partir da problemática da saúde e doença, do biopoder e das biosocialidades, inclusive a genética. Considerando os amplos efeitos das tecnologias biomédicas e das políticas públicas de saúde, a definição de novas patologias, do agravamento e da relevância de novas questões de risco, além dos enquadramentos mais recentes a respeito da genética, há evidentes reordenamentos, ainda não completamente definidos e compreendidos, das práticas societárias e concepções culturais a respeito da vida. O estudo etnográfico em instituições médico-terapêuticas e grupos de ajuda mútua, voltados à saúde, tem sido uma das vias mais estratégicas para se entender estes respectivos reordenamentos. Nossa proposta é a de reunir pesquisas em contextos empíricos bem delimitados que tenham esse foco e enquadramento analítico, sobretudo aquelas desenvolvidas no Brasil.
A temática central desse dossiê especial se volta para os questionamentos e impactos que vêm ocorrendo no campo da biomedicina, das biotecnologias e das reconfigurações culturais e práticas diante da vida, que têm se anunciado de modo cada vez mais presente nas três últimas décadas. Em uma escala global, o aparecimento e disseminação de novas enfermidades (Aids, mad cow disease, gripe asiática, etc), as questões em torno de novas tecnologias reprodutivas e dos saberes e práticas da nova genética, os sensíveis dilemas e impasses em torno dos mais diversos riscos em emergência, além de todo um aparato biomédico de alta tecnologia conformam, todos eles, um conjunto de agenciamentos institucionais e políticas públicas, localizados em práticas e significações que estão se apresentando de modo cada vez mais cotidiano. Há evidentes implicações para a formação de novos sujeitos e identidades, cujo sentido particular é o das biosocialidades e que vêm sendo apresentados nos mais diversos espaços da vida social.
Espera-se articular trabalhos e pesquisas que já estão sendo feitos desde os meados da década de 1990, cuja divulgação e circulação tem sido mais fragmentária e pontual a fim de consolidar um vetor de estudos sobre o campo da biomedicina, das biotecnologias, das identidades pautadas em recortes biológicos ou clínicos, além das formas de organização biossocial e da emergência de biosocialidades. Dentre as questões que serão possivelmente desenvolvidas, podemos citar:
- Biotecnologias, biomedicina, genética e processos culturais locais/globais.
- Risco, vulnerabilidades, desigualdades e biomedicina.
- Genética, raça e saúde.
- Biosocialidades, grupos de ajuda mútua e ativismo.
- Biomedicina e os novos modos de reconhecimento e legitimidade.
- Saúde, Gestão das populações e políticas públicas.
- Gênero, sexualidade e biosocialidades.
Os autores devem submeter os seus trabalhos aos editores-convidados deste dossiê Carlos Guilherme Valle, Sahra Gibbon e Ricardo Ventura Santos (biosocio.vibrant@gmail.com) com cópia para os editores da Vibrant, Peter Fry e Carmen Rial (vibrant.aba@gmail.com) até o dia 3o de junho de 2014.
Pedimos aos autores lerem com cuidado “Instructions for Authors”.