• Michel Nicolau Netto “From exoticism to diversity”

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    Michel Nicolau Netto “From exoticism to diversity”. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 12, n. 1. January to June 2015. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/michel-nicolau-netto-from-exoticism-to-diversity/

    Abstract

    Difference is a social construction, and as such it needs a discourse to produce meaning and be socially effective. As a discourse is always socially and historically grounded, so it is the meaning of difference. This article proposes that the difference in the contemporary world is dominantly articulated in the discourse of diversity, as the discourse of exoticism was the dominant discourse of difference in the 19th Century. This proposal will be proved as I show that, as diversity becomes the appreciated discourse in the present, the exoticism loses its value. Stating that, I will try to understand the conditions of existence of each discourse. I will argue that the exoticism was founded in the 19th century upon three fundaments: imperialism, the idea of progress and nation. They provided the condition for a discourse that based the production of difference on the stable separation of an internal and an external space. After examining the fundaments and their relations with the discourse of exoticism, I will show that the production of difference is no longer based on stable notions of internal and external spaces. Currently, difference is produced on the basis of fragmented and globalized social relations, which requires a discourse flexible enough to cope with these material conditions. The discourse of diversity is this discourse.
    Keywords: diversity, exoticism, exotic, difference, nation, globalization.

    Resumo

    A diferença é uma construção social, e, como tal, necessita de um discurso para produzir sentido e ser efetiva socialmente. Como um discurso é sempre histórico e socialmente fundado, assim o é o sentido da diferença. Este artigo propõe que a diferença na contemporaneidade é dominantemente articulada no discurso da diversidade, do mesmo modo como o discurso do exótico foi o discurso dominante da diferença no século XIX. Essa proposta será demonstrada ao se notar que, na medida em que a diversidade se torna um discurso apreciado no presente, o exotismo perde seu valor. Ao dizer isso, busco entender as condições de existências de ambos discursos. Eu argumentarei que o exotismo se fundou no século XIX sob três fundamentos: o imperialismo, a ideia do progresso e a nação. Eles proveram a condição para um
    discurso que baseou a produção da diferença na separação estável entre um espaço interno e um externo. Após examinar os fundamentos e suas relações com o discurso do exótico, demonstrarei que a produção da diferença não é mais baseada em noções estáveis de espaços interno e externo. Atualmente, a diferença é produzida em bases de relações sociais fragmentadas e globalizadas, que requerem um discurso flexível o suficiente para dar conta dessas condições materiais. O discurso da diversidade é esse discurso.
    Palavras-chave: diversidade, exótico, exotismo, diferença, nação, globalização