Editoras/es de organização
- Alexandra Barbosa da Silva (alexandrabar01@gmail.com)
Universidade Federal da Paraíba-UFPB
Comitê de Laudos da ABA - Eliane Cantarino O’Dwyer (elianeantropologia@gmail.com)
Universidade Federal Fluminense-UFF
Universidade Federal do Pará-UFPA
Comitê de Laudos da ABA - Luís Alejandro Pérez Ortiz (luis.perez@enesmorelia.unam.mx)
Universidad Nacional Autónoma de México-UNAM - Sebastián Valverde (sebavalverde@gmail.com)
Consejo Nacional de Investigaciones Cientificas y Técnicas CONICET
Universidad de Buenos Aires-UBA
Sobre a língua de publicação e número de artigos previstos
A língua de base dos artigos será o espanhol, seja em traduções feitas pelos tradutores da revista, seja revisados por eles (em caso de escritores nativos).
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Em grande parte da América Latina hoje os laudos (estudos e relatórios antropológicos para as esferas administrativa e civil, e laudos periciais, em processos judiciais) apresentam um reconhecimento como produção científica antropológica. Tal quadro é corolário das mudanças nos dispositivos constitucionais da região, as quais têm trazido o reconhecimento, pelos Estados nacionais, da sua diversidade étnica e cultural, e a obrigação de fazer respeitá-las. É neste cenário que a expertise antropológica tem aparecido como necessária, em mediações para viabilização de direitos étnicos e/ou socioculturais.
Por outro lado, no entanto, as políticas na região não deixaram de ser direcionadas por uma hegemonia do neoliberalismo, cujas facetas e arranjos, embora variantes em cada país e em cada momento, eram (e seguem sendo) orientados pela exploração das chamadas commodities. Tal direcionamento tem se revelado mesmo devastador para os povos indígenas e as comunidades quilombolas e tradicionais de modo geral, afetados igualmente pelo impulsionamento de infraestruturas para produção e distribuição destas commodities e de energia, bem como por outras atividades de exploração massiva de recursos naturais. Em si, tal quadro apresenta sérios obstáculos para que os direitos legalmente estabelecidos venham a ser efetivamente respeitados, bem como para que os laudos antropológicos possam redundar positivamente com relação aos direitos coletivos.
Outro desafio é a garantia dos princípios organizativos sociopolíticos nas tomadas de decisão nos Estados-nacionais que têm pautado a autonomia de seus povos indígenas. A judicialização da política na América Latina por povos e/ou organizações indígenas, tem também trazido relevância à expertise antropológica, em vinculação com a crescente importância da perspectiva dos direitos humanos nas resoluções jurisdicionais (nacionais e internacionais). As pesquisas e opiniões informadas dos/as antropólogos/as, assim, vêm sendo acionadas por operadores do Direito na disputa pelo respeito, reconhecimento e criação de sistemas eleitorais e de governos baseados em sistemas normativos próprios, com base no direito à auto e livre determinação, também como entrada para buscar tornar efetivos outros direitos – como os previdenciários e territoriais, por exemplo.
Sabe-se que, seja no êxito seja no fracasso em cumprir com expectativas do que é solicitado das/os antropólogas/os, seus trabalhos técnico-científicos encontram tensões, ambiguidades e mesmo zonas desconhecidas para nós, diante de múltiplas facetas e questões, para as quais se espera que estejamos preparados/as. Um convite, pois, está em refletir sobre as dinâmicas internas do campo jurídico e sua relação com outros poderes e agentes (públicos e privados), levando em consideração igualmente a complexidade e a variedade de tais agentes e agências nos jogos de poder constitutivos da seara dos laudos.
Embora não exaustivo, este quadro coloca em evidência o lugar e o papel (científico e político) dos laudos antropológicos como instrumentos para tomadas de decisão, os quais, em consequência, têm sido questionados e contrastados por forças que se vêem por eles contrariadas. Assim, caberia buscar, por um lado, refletir sobre como compreender, e, por outro, como equacionar, científica e eticamente o lugar e papel do/a antropólogo/a nos processos administrativos e jurídicos, sabendo que estes abrem uma série de dilemas e/ou desafios, tanto de índole ética como teórico-metodológica. Tais problemáticas, portanto, assim como outras a elas eventualmente relacionadas, são o foco do presente dossiê. A intenção, ao final, é trazer contribuições da América Latina como um todo, a desenhar um panorama amplo das especificidades em termos tanto sociopolítico e culturais, quanto da institucionalização dos laudos como fazer antropológico em cada caso. Desde já é esperada uma heterogeneidade de situações, níveis de institucionalização e de experiências dos/as participantes. Neste sentido, esta publicação se propõe a ser uma referência perante tanto os ainda muito escassos trabalhos acadêmicos na área, quanto a falta de sistematização de nossas experiências profissionais.
Datas importantes
- Divulgação da chamada e Submissão dos artigos
Outubro/2022 – 31 de março/2023 - Editoração e publicação do número
Abril/2024.
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Convocatoria: Dosier “informes antropológicos: cuestiones teórico-metodológicas, éticas y de poder en América Latina hoy”
Hoy en gran parte de América Latina, los informes (estudios antropológicos e informes para el ámbito administrativo y civil, y peritajes, en procesos judiciales) son reconocidos como una variante particular de producción científico-antropológica. Este cuadro es un corolario de los cambios en las disposiciones constitucionales de la región, que han traído a los Estados nacionales el reconocimiento de su diversidad étnica y cultural, y la obligación de garantizar su respeto. Es en este escenario que las pericias antropológicas han surgido como necesarias, en las mediaciones para la efectivización de derechos étnicos y socioculturales
Por otra parte, sin embargo, las políticas en la región no han dejado de estar guiadas por una hegemonía del neoliberalismo, cuyas características, si bien varían en cada país y en cada momento, estuvieron (y siguen estando) guiadas por la explotación intensiva de los recursos naturales, el denominado “extractivismo” o “neo extractivismo”. Tales políticas han resultado devastadoras para los pueblos indígenas y comunidades quilombolas en Brasil, comunidades reconocidas como afrodescendientes en Latinoamérica y grupos tradicionales en general, igualmente afectados por el impulso de la infraestructura para la producción y distribución de diversos commodities y energía, así como otras actividades de explotación masiva de los recursos naturales. Este contexto genera serios obstáculos para que los derechos legalmente establecidos sean efectivamente respetados, así como para que los informes antropológicos se reflejen positivamente en relación a los derechos colectivos.
Otro desafío es la garantía de principios organizativos sociopolíticos en la toma de decisiones de los estados-nación que han orientado la autonomía de sus pueblos indígenas. La judicialización de la política en América Latina por parte de los pueblos y/u organizaciones indígenas también ha traído relevancia a la pericia antropológica, en relación con la creciente importancia de la perspectiva de derechos humanos en las resoluciones jurisdiccionales (nacionales e internacionales). Las investigaciones y opiniones informadas de las/los/les antropólogas/os/gues, así, han sido activadas por algunos profesionales del sistema judicial en la disputa por el respeto, reconocimiento y creación de sistemas electorales y de gobierno a partir de sus propios sistemas normativos, basados en el derecho a la autodeterminación y la libre determinación, también como un insumo para buscar hacer efectivos otros derechos, como la seguridad social y los derechos territoriales, por ejemplo.
Es sabido que, sea en el éxito o en el fracaso en cumplir con las expectativas de lo que se requiere de los antropólogos, sus trabajos técnico-científicos encuentran tensiones, ambigüedades y hasta espacios desconocidos para nosotros, frente a múltiples facetas e interrogantes que implican las pericias. Se busca reflexionar sobre la dinámica interna del campo jurídico y su relación con otros poderes y agentes (públicos y privados), teniendo en cuenta también la complejidad y variedad de tales agentes y agencias.
Este contexto, también destaca el lugar y el papel (científico y político) de los informes antropológicos como instrumentos para la toma de decisiones. Así, también se busca, por un lado, reflexionar sobre cómo comprender y, por otro lado, cómo equiparar, científica y éticamente, el lugar y el papel del antropólogo en los procesos administrativos y jurídicos, sabiendo que éstos abren una serie de dilemas y/o desafíos, tanto de carácter ético como teórico-metodológico. Estos temas, así como otros que puedan estar relacionados, son los objetivos principales que nos proponemos a través de este dossier de la Revista Vibrant. Si bien la mayor parte de las pericias en la región se refieren a pueblos indígenas desde ya se busca incorporar esta temática para otros grupos étnicos, como las comunidades quilombolas en Brasil, comunidades reconocidas como afrodescendientes en Latinoamérica, además de movimientos sociales, de desocupados, migrantes, de género, etc. En definitiva, la intención es traer aportes de América Latina en su conjunto, esbozar un panorama amplio de las especificidades tanto en términos sociopolíticos como culturales, así como la institucionalización de los informes como práctica antropológica en cada caso. Es esperable una heterogeneidad de situaciones, niveles de institucionalización y diversas experiencias de las/los/les autores. En ese sentido, esta publicación pretende ser un referente, tanto frente a los aún muy escasos trabajos académicos en el área, como frente a la falta de sistematización de nuestras experiencias profesionales.
Fechas importantes
- Publicación de la convocatoria y envío de artículos
Octubre/2022 – 31 de marzo/2023 - Edición y publicación del número
Abril/2024
Para instrucciones, click aqui.
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Call for papers: Dossier “Antropological Reports: theoretical-methodological, ethical and power issues in Latin America today”
Nowadays, reports (anthropological studies and reports for the administrative and civil spheres, and expert opinions in judicial processes) are recognized as a particular kind of scientific-anthropological production in good part of Latin America. This picture is a corollary of the changes in the constitutional provisions of the region, which have brought the states to the recognition of their ethnic and cultural diversity, and the obligation to guarantee its respect. It is in this scenario that anthropological skills have emerged as necessary in the mediations for the realization of ethnic and sociocultural rights.
Policies in the region, however, have not ceased to be guided by a neoliberal hegemony, with characteristics that vary from country to country and from time to time, but were (and continue to be) guided by the intensive exploitation of natural resources; the so-called “extractivism” or “neo-extractivism”. These policies have had devastating results for the indigenous peoples and quilombola communities (afro-descendants), and for traditional groups in general, all of which are equally affected by the promotion of the infrastructure for the production and distribution of various commodities and energy, as well as other activities of massive exploitation of natural resources. This context generates serious obstacles for legally established rights to be effectively respected, as well as for anthropological reports to reflect positively in relation to collective rights.
Another challenge is the guarantee of socio-political organizational principles that have guided de autonomy of indigenous peoples in the decision-making process of nation-states. The judicialization of politics in Latin America by indigenous peoples and/or organizations has also brought relevance to anthropological expertise, in relation to the increasing importance of human rights perspective in judicial resolutions (national and international). Thus, anthropologists’ research and informed opinions have been activated by some professionals of the judicial system in the dispute for the respect, recognition and creation of electoral and government systems from the indigenous peoples own normative systems, based on the right to self-determination; also as an input to make other rights effective, such as social security and territorial rights.
It is well-known that, whether they succeed or fail in meeting the expectations of what is required of anthropologists, their technical-scientific work finds tensions, ambiguities and even spaces that are unknown to us, in the face of multiple facets and questions that expert opinions require. We aim to reflect on the internal dynamics of the legal field and its relationship with other powers and agents (public and private), also taking into consideration the complexity and variety of such agents and agencies.
This context also highlights the place and role (scientific and political) of anthropological reports as instruments for the decision-making processes. Thus, on the one hand, we aim to reflect on how to understand and, on the other hand, on how to equate, scientifically and ethically, the place and role of anthropologists in administrative and legal processes, knowing that these open up a series of dilemmas and /or challenges, both ethical and theoretical-methodological. These issues, as well as others that may be related, are the main objectives that we propose to analyze through this dossier of the Vibrant Journal. Although most of the expert opinions in the region engage with indigenous peoples, we seek to incorporate this issue for other ethnic groups as well, such as Quilombola communities in Brasil, recognized afro-descendant communities in Latin America, as well as social movements, of unemployed population, migrants, gender justice struggles, etc. Our intention is to bring contributions from Latin America as a whole, outline a broad landscape of the specificities in both sociopolitical and cultural terms, as well as the institutionalization of the reports as an anthropological practice in each case. A heterogeneity of situations, levels of institutionalization and diverse experiences of the authors is then expected from the authors. In this sense, this publication aims to become a reference, both in the face of the still very scarce academic works in the area, and in the face of the lack of systematization of our professional experiences.
Processing schedule
- Publication of the call for papers and articles submission
October/2022 – March 31st/2023 - Edition and publication of the issue
April/2024
For instructions, click here.