Coordenadoras:
Rebecca Igreja (Universidade de Brasília) – Brasil
Laura R. Valladares (Universidad Autónoma Metropolitana (UAM-I) – México
A antropologia feita sobre a América Latina e o Caribe tem uma longa história, que em alguns países remonta a mais de um século, como no caso do México, e vem contando com a expressiva presença de pesquisadoras e pesquisadores brasileiros. Em cada país, a antropologia desenvolveu-se de forma particular, assumindo diferentes paradigmas teóricos e, especialmente, respondendo a contextos nacionais específicos determinantes do lugar em que o conhecimento social e humanista ocupa. Por isso, é pertinente falar de antropologias latino-americanas e caribenhas no plural.
Tendo como referência essa diversidade, mas também o que nos aproxima a nós todas e todos, antropólogas e antropólogos da América Latina e do Caribe, propomos este dossiê com o objetivo de convidar a comunidade antropológica, em especial do Brasil, a refletir sobre a própria disciplina e os desafios que enfrenta em um momento histórico de grandes mudanças sócio-políticas, resultantes, especialmente, do aumento de conservadorismos políticos, de fundamentalismos religiosos e de aprofundamento das desigualdades sociais, e como tais fenômenos surgem, sobretudo, nas pesquisas de antropólogas e antropólogos brasileiros acerca de países da América Latina e do Caribe. Além disso, propomos refletir sobre o desenvolvimento da disciplina e seu papel na construção de um conhecimento a serviço da sociedade em um momento de questionamentos e ataques às ciências sociais observado em vários países do continente.
Nesse sentido é que propomos algumas questões:
De que forma a antropologia e os conhecimentos que produz têm contribuído ou pode contribuir para a resolução de grandes problemas nacionais e regionais em um contexto mais global? De que forma os saberes antropológicos acumulados sobre a temática das desigualdades, sejam elas étnicas, raciais, religiosas, de gênero ou de classe são ou devem ser referência para a construção de sociedades mais harmônicas e abertas para a diversidade? Que paradigmas e metodologias têm sido elaborados pela antropologia latino- americana para entender os problemas sociais que investigamos? Qual tem sido e pode ser
o vínculo da Antropologia com o Estado, especialmente no âmbito de elaboração de políticas públicas? Por fim, perguntamo-nos também sobre como se articulam e dialogam as antropologias latino-americanas e caribenhas, notadamente a brasileira acerca da América Latina e do Caribe com as de outros continentes para repensar novos acordos sociais.
Data Final de Submissão dos artigos
30 de maio de 2021
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