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Full Article Reference. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 14, n.2. August 2017. Brasília, ABA. Available at https://vibrant.org.br/cristiana-losekann-it-was-no-accident-the-place-of-emotions-in-the-mobilization-of-people-affected-by-the-collapse-of-samarcos-tailings-dam-in-brazil/
Abstract
This article presents the dynamics of collective action and the construction of claims of people affected by the rupture of a tailings dam of the Samarco mining company in Minas Gerais, Brazil in November, 2015. Our analysis focuses on affected people in Espírito Santo State and is based on interviews, observation, participant observation and a series of meetings with affected people during the year following November, 2015. We describe initial processes of mobilization which involve various actors and interactions marked by emotions and by the creation of affective bonds. We draw on a culturalist framework of social movement studies to understand the emotional mechanisms in play in the construction of collective action, in particular, claims for justice (Jasper 1997; Gamson 1992; Goodwin, Jasper and Polletta 2009; Johnston and Klandermans 1995). We conclude that emotions play fundamental roles in the process of mobilization. The manner in which the disaster on the Rio Doce was felt by activists constituted a critical emotional event.
Keywords: environmental disaster; social movements; people affected by extractivism; critical emotional events; frame of injustice; emotions.
“Não foi acidente!” O lugar das emoções na mobilização dos afetados pela ruptura da barragem de rejeitos da mineradora Samarco no Brasil
Resumo
O artigo apresenta as dinâmicas de ação coletiva e a construção das reivindicações dos afetados pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da mineradora Samarco ocorrido em novembro de 2015 em Minas Gerais, no Brasil. Nossa análise circunscreve-se aos afetados no estado do Espírito Santo e está baseada em: entrevistas, observação, observação participante e em uma sequência de encontros com os afetados ao longo de um ano desde novembro de 2015. Apresentamos os emergentes processos de mobilização que envolvem vários atores, com interações marcadas por emoções e pela criação de laços afetivos. Dentro de uma perspectiva culturalista dos estudos de movimentos sociais buscamos compreender quais os mecanismos emocionais operantes na construção da ação coletiva, sobretudo, quando tratamos de reivindicações por justiça (Jasper 1997; Gamson 1992; Goodwin, Jasper e Polletta 2009; Johnston e Klandermans 1995). Concluímos que as emoções desempenham papeis fundamentais no processo de mobilização. A forma como o desastre no rio Doce foi sentido pelos ativistas revela a constituição de um evento emocional crítico.
Palavras-chave: desastre ambiental; movimentos sociais; afetados pelo extrativismo; evento emocional crítico; enquadramento de injustiça; emoções.